domingo, 18 de junho de 2017

10 & 10 e talvez mais coisas.

Tudo começou numa linda tarde de junho quando recebi um e-mail de Helena. No e-mail havia um convite para uma pequena e difícil reflexão: 

Escrever 10 ações que fazem eu me sentir melhor e 10 razões pelas quais a vida vale a pena.

Fiquei pensando alguns dias sobre como escrever. Pensei numa abordagem mais generalista ou mais abstrata. Por exemplo, pensei em resolver primeiro: "sentir melhor que o quê?" ou "sentir melhor que quem?".

Sinto que um erro que cometo algumas muitas vezes é o de usar menos palavras do que o bastante para esclarecer minha opinião. E penso que essa é uma tendência não apenas minha, aliás diria que a coisa do "esclarecer" é quase uma técnica nos consultórios de psicologia/psicanálise.

A outra pergunta que pensei em abordar era "qual vida vale a pena?". Talvez existam histórias de vida ou estilos de vida que não valham. Pena é ônus, é gasto, é esforço. Muitos sofrimentos não são intrínsecos as ações necessárias à pura sobrevivência. Muito pelo contrário.

Bem, acho que o mais simples é me restringir ao que eu pessoalmente faço ou penso sobre mim mesma.

10 ações que fazem eu me sentir melhor

1. Em absoluto primeiro lugar: descobrir ideias novas. Sejam minhas, estejam em livros, coisas que eu ouvi de alguém. Costumo brincar que preciso de pelo menos uma ideia nova todo dia.

2. Praticar dança aleatória ou canto aleatório. É meu pequeno momento de criação e também um laboratório do item 1. Infelizmente já encontrei reprovação de pessoas que testemunham e fico bastante chateada porque é bastante importante para mim.

3. Seja qual for a empreitada do momento eu procuro seguir um princípio: dedicar-me todo o possível enquanto não fizer mal a minha saúde. Acho que isso me faz sentir melhor na medida que eu percebo que estou me esforçando mas também reconheço que tenho limites.

4. Uma tônica nos meus últimos anos tem sido perceber as minhas debilidades dentro de algum contexto. Ou seja, perceber que alguns problemas meus também são de outras pessoas, e que há motivos (históricos, econômicos, etc.) para isso. Daí o segundo passo é pensar "agora que percebi tal coisa, como posso fazer para ajudar outras pessoas que também passam por isso?".

5. Essa foi uma brisa faz alguns anos mas me ajudou. Foi na época que estudava canto lírico e lembro que era um exercício teatral que inventei. Eu parti do pressuposto que nós temos a tendência a guardar na memória os sentimentos negativos mais do que os positivos. O que não significa que eventos legais não acontecem cotidianamente, mas que pode ser útil observar e fazer um esforço consciente para memorizar o meu estado quando eu fico feliz. Seria uma maneira de aprender a sentir-se feliz.

 6. Aqui vai ser um pouco confuso porque eu descobri faz pouco tempo. Nós costumamos pensar em nossa vida como narrativa(s) e em nós mesmos como tendo identidade(s). Aquelas respostas para a pergunta "quem eu sou?". Às vezes eu acho útil não levá-las muito a sério.

7. Investir em empreendimentos cotidianos que estão fluindo melhor. O que não significa fazer apenas o mais fácil, mas não adianta a pessoa se lascar numa coisa que definitivamente não está rolando no momento.

8. Eu sou suspeita nesse item mas não posso negar que fazer psicoterapia me ajuda bastante.

9. Acordar cedo e correr. Quando possível.

10. Foi a segunda coisa que pensei mais só lembrei agora. Escrever me faz bem. Não num sentido imediato mas terminar um texto é bastante satisfatório. E outra que eu descubro que sei de coisas que não fazia ideia antes de começar.

Não escrevi aqui mas eu incluiria "evitar pensamentos repetitivos". Não é algo para sentir-me melhor mas me ajuda a não sentir-me pior. Eu realmente não gosto de ficar me repetindo. Ironicamente, acabo pensando isso muitas e muitas vezes. Mas sinto que, registrando aqui no texto, posso acabar me libertando disso também.

Em outro momento vou escrever as


10 razões pelas quais a vida vale a pena

 

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