#2
E como tudo não fazia mais sentido, como tudo estivesse brincando com minha memória, com minha mente, naquele dia, optei pela mais imprudente das alternativas, sentar em um daqueles bancos e esperar um sinal ainda desconhecido para que eu continuasse meu dia.
O que é um disco verde? Sério, o que é um disco verde? Mãos sobre os joelhos ou sobre os oceanos. A ponte de gelo cai mais uma vez na água. Toca o telefone.
Oi. Não, não cheguei ainda. Coisas aconteceram. Tá tudo bem, eu estou indo. Quando olhei o relógio, vi que tinham se passado algumas horas desde que saí de casa. Meus tênis cheios de areia. Decidi ir para o ponto de ônibus. Já estava muito atrasado mas sentia-me como anestesiado. Não calmo, mas desconectado. Eu tomo um café e tudo volta a fazer sentido. Ok, nem tanto. Subindo as escadas do ônibus começo a perceber que há algo em meu sapato. Mas o ônibus está cheio então permaneço em pé e com poucas alternativas de movimento. Tateando com os dedos tento descobrir do que se trata. Deve ser algo irrelevante como uma pedra, ainda assim, é já alguma coisa para se pensar.
domingo, 8 de novembro de 2015
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Conto Colaborativo #1
#1
Corri por entre os cômodos, peguei as chaves e saí sem avisar a ninguém, inclusive a mim mesmo. Pântano, o gato que mora na casa, moveu-se sobressaltado em busca de alguma aventura, porém quando chegou à sala eu já tivera fechado a porta. Só lhe restou observar-me partir sem compreender. Eu mesmo sequer percebi o gato, o portão, a rua. Só me ocorria um pensamento: "preciso conseguir chegar a tempo."
A verdade é que eu não teria precisado correr se não tivesse hesitado tanto. Em minha defesa, digo que hesitar não é a palavra mais adequada, seria melhor "ponderar sobre um dilema". Para uma pessoa de fora é consideravelmente fácil classificar alguém de covarde, mas para quem conhece os pormenores é outra história.
Ou seria melhor dizer, outra História?
Eram seis da manhã e eu estava acordado porque não cheguei a dormir. Corri sem fôlego e na rua outras pessoas corriam por esporte. Se bem que algumas senhoras não exatamente corriam, elas andavam dando pulinhos. Outros estavam em melhor forma. O que todos tinham em comum, eu acredito, era uma certa paz de fim de semana, um gosto pela atividade física que eu estava longe de apreciar, especialmente ali, alternando entre correr alucinado e me arrastar para frente.
Cheguei a uma rua onde era possível ver os prédios da orla e um pedaço do mar. Talvez tenha sido apenas impressão, mas pude também observar parte da estrutura similar a um capacete, à beira da água.
Corri por entre os cômodos, peguei as chaves e saí sem avisar a ninguém, inclusive a mim mesmo. Pântano, o gato que mora na casa, moveu-se sobressaltado em busca de alguma aventura, porém quando chegou à sala eu já tivera fechado a porta. Só lhe restou observar-me partir sem compreender. Eu mesmo sequer percebi o gato, o portão, a rua. Só me ocorria um pensamento: "preciso conseguir chegar a tempo."
A verdade é que eu não teria precisado correr se não tivesse hesitado tanto. Em minha defesa, digo que hesitar não é a palavra mais adequada, seria melhor "ponderar sobre um dilema". Para uma pessoa de fora é consideravelmente fácil classificar alguém de covarde, mas para quem conhece os pormenores é outra história.
Ou seria melhor dizer, outra História?
Eram seis da manhã e eu estava acordado porque não cheguei a dormir. Corri sem fôlego e na rua outras pessoas corriam por esporte. Se bem que algumas senhoras não exatamente corriam, elas andavam dando pulinhos. Outros estavam em melhor forma. O que todos tinham em comum, eu acredito, era uma certa paz de fim de semana, um gosto pela atividade física que eu estava longe de apreciar, especialmente ali, alternando entre correr alucinado e me arrastar para frente.
Cheguei a uma rua onde era possível ver os prédios da orla e um pedaço do mar. Talvez tenha sido apenas impressão, mas pude também observar parte da estrutura similar a um capacete, à beira da água.
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